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domingo, 27 de março de 2011

Texto de 1941: CABOCLOS, AFRICANOS E KARDECISTAS


O texto abaixo é de Lourenço Braga, um dos pioneiros na literatura Umbandista, publicou em 1942 o livro “Umbanda e Magia Branca – Quimbanda Magia Negra”. Coloco abaixo uma passagem deste título, que nas palavras deste autor, faz confirmar que se trata de uma discussão antiga e atual, fundamental desde os primórdios da religião. Afinal com relação a alguns assuntos pouca coisa mudou na Umbanda ou melhor na sociedade, conquistamos algum espaço mas continuamos com algumas síndromes e vivendo, ainda, o desconforto da ignorância,por conta de boa parte da população que desconhece que a Umbanda seja uma Religião Brasileira e que seu objetivo maior é o Bem e a “Manifestação do Espirito para a pratica da Caridade”, como bem definiu Zélio de Moraes, O Pai da Umbanda, o Primeiro Umbandista. Creio mesmo que se deveria ensinar nas Escolas “História das Religiões” ou “Teologia Comparada”, para que, sem “catequisação”, doutrinação, se tivesse um mínimo de informação sobre religiões num contexto geral e sobre as religiões afro-indigenas num contexto especifico, e Umbanda para ser mais especifico ainda. Sem esquecer de Xamanismo, Feitiçaria, Pajelança, magia e etc. (Comentário feito por Alexandre Cumino)

“Trecho de um artigo que publiquei (Lourenço Braga) na “A Vanguarda” do dia 11 de março de 1941, em resposta a um outro artigo onde um conforme Kardecista dava a entender que o espírito caboclo ou de africano não podia ser guia nem protetor de médiuns ou de Centros”.

Deus, a Natureza, o Absoluto, enfim co­mo queiram entender, é, como todos sa­bem, sumamente justo, bom miseri­cor­dioso, onipotente, onisciente, etc, etc. Dito isto pergunto agora aos senhores Karde­cistas – qual a condição para um espírito ser guia ou protetor? Todos responderão naturalmente: Ter luz! Pergunto: Qual é a condição para um espírito ter luz? Todos responderão: Ter virtude, isto é, ser sim­ples, bom, carinhoso, humilde, piedoso, etc, e não ter ódio, inveja, orgulho, ciú­me,maldade, vaidade, avareza, etc. Pergunto ainda: Ter virtudes é privilégio da raça branca? Se é privilégio, então che­gamos ao absurdo de admitirmos Deus como sendo injusto por ter criado uma raça privilegiada. Se, porém, não é pri­vilégio das criaturas da raça branca, pois que Deus é sumamente justo, poderão, portanto, as criaturas das outras raças possuir virtudes também e assim, depois de desencarnada, ter luz e ser guia ou protetores de pessoas ou Centros.
É preciso não confundir luz intelectual com luz provinda da evolução espiritual, bem diferente uma da outra!
Digo mais, um espírito reencarna-se numa tribo de caboclos ou de selvagens africanos, como missionário, isto é, para levar àqueles no meio dos quais reen­car­nou, uma certa soma de conhecimentos. Quan­do ele desencarnar é um espírito de luz, porquanto luz bastante já possuía, tanto que reencarnou como missionário e nin­guém poderá dizer que ele não foi africano ou caboclo em sua ultima reencarnação.
Sabem muito bem todos os Kardecistas que os espíritos tomam a forma que querem e assim sendo, nada impede que os espíritos de luz, por afinidade, se agrupem em fa­langes para praticar o bem e tomem a forma de caboclos, africanos, etc, ou para pra­ticar o mal, se forem inferiores, e tomem a forma de bichos e outra qualquer.
Como sabeis a Terra é um planeta de trevas, expiações e sofrimentos e nós que aqui habitamos estamos sujeitos a sofrer as conseqüências do meio, mesmo porque somos imperfeitos, assim sendo, o mal predomina neste planeta e dessa forma no meio ambiente terreno, existem ca­madas fluídicas pesadas, formadas umas pelos nossos pensamentos e outras pelos fluídos dos espíritos sofredores e trevosos.
Justamente para combater o mal e dissipar as camadas densas de fluidos pesados, e mais ainda, para encaminhar os irmãos desencarnados que se acharem mergulhados em trevas ou sofrimento, é que uma grande quantidade de espíritos já evoluídos agruparam-se em falanges, por afinidades, e tomaram as formas hu­mildes de caboclos, africanos e outros ma­is, notando-se que possuem luzes de variadas cores, tais como sejam: roxa, rosa, alaranjada, verde, dourada, pratea­da, amarelas e outras intermediárias, sendo que os chamados espíritos quimbandeiros possuem luz vermelha.
Texto extraído do livro “Umbanda e Magia Branca – Quimbanda Magia Negra” de Lourenço Braga -Edições Spiker – 1942.


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