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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Umbanda, Umbanda... Por Fernando Sepe




Dos braços da Piedade
a Umbanda nasceu
E nas palavras de
Pai Antonio se anunciou.
Amor e caridade o
povo finalmente entendeu,
Quando o amigo
Sete Encruzilhadas se manifestou.

Não mais o negro será afastado,
Nem o índio proibido de seu recado dar.
O baiano virará a noite
dançando abraçado
Enquanto a Moça sorri a bailar.

Com os mais evoluídos aprenderemos
E suas palavras serão bálsamos
para a dor,
Aos menos evoluídos ensinaremos
Mas a nenhum renegaremos amor.

Umbanda, Umbanda...
Menina dos olhos de Oxalá!
Umbanda, Umbanda...
Filha querida da Pietá!

Em solo brasileiro, nasceu a filha dileta dos Orixás, a Umbanda.
Hoje muitos a conhecem, ela se espalhou, cresceu, multiplicou-se...
A mensagem dos caboclos e pretos-velhos se expandiu, chegando ao coração daqueles que silenciosamente se sentaram para ouvir suas histórias. Pontos cantados ressoam por todos os lados e as velas colorem o brilho da noite, nos simples e aconchegantes terreiros espalhados pelo Brasil a fora...
Mas poucos são aqueles que conhecem a real história da Umbanda. Poucos entendem ou viram o desabrochar dessa linda flor... Talvez, não porque nunca se interessaram, mas sim, apenas pela singela forma como a Umbanda floresceu.

As grandes almas desse mundo passaram e passarão no anonimato. Sem alardes, sem fama, sem multidões a segui-los. Homens e mulheres, que silenciosamente trabalharam por uma vida inteira, levando o estandarte da espiritualidade e do divino dentro do peito, semeando e espalhando valores elevados de consciência.
Rostos que se misturaram na multidão, mas que por onde passaram foram luz na vida do semelhante. Filhos do altíssimo, bondosos como a primavera, sempre fazendo e levando o bem aos quatros cantos desse Universo. Pessoas despertas para o Espírito Crístico...

O nascedouro da Umbanda se mescla com essas grandes almas. Algumas vivendo do lado invisível da vida, outras, trabalhando na matéria, mas todas, congregadas na luz de Oxalá. É delas a Umbanda, a Umbanda foi feita por elas.

Essas almas que nunca cobraram por caridade, nem mesmo esperaram receber algo, mas que sempre sorrirão de contentamento íntimo ao poder ajudar e esclarecer um pouco o próximo. Esses pequenos gigantes de espírito, a lutar contra a intolerância e o preconceito. Esses simples “cavalos”, que a ninguém renega, mas a todos dão oportunidade de se manifestarem. Esse lindo exército de “Zés”, “Antônios”, “Joãos” e “Marias”...

A Umbanda foi feita assim.
A Umbanda é assim!

Esses amados caboclos e pretos-velhos, esses amados “paizinhos” e “mãezinhas”, sempre a levarem para frente o sonho da Umbanda, são como as flores de inverno, flores raras. Brotam solitárias no frio dos tempos, tornam-se forte com as tormentas. Nem todos as vêem, poucos as conhecem, mas existe algo nelas. Uma Presença, uma Benção, uma Luz...

Muitas foram as mãos semeadoras
Que ajudaram a Umbanda florescer,
Mas a história do menino Zélio é encantadora
Todos deveriam conhecer!

Não por ego, não por idolatria, mas por respeito,
Àquele que na Umbanda foi o primeiro.
E junto do “Chefe” abriu o caminho estreito,
Por onde outros passariam,
muitas vezes esquecendo o pioneiro...

Por isso, a ele esse texto é dedicado
Assim como toda essa poesia juvenil.
Uma forma de dizer muito obrigado
Por seu trabalho tão pueril!

Umbanda, Umbanda...
Menina dos olhos de Oxalá!
Umbanda, Umbanda...
Filha querida da Pietá!

Texto dedicado ao Caboclo das Sete Encruzilhadas e a seu médium, Zélio Fernandino de Moraes, espíritos bondosos e amorosos, flores raras e silenciosas, a quem a humanidade tanto deve...

PS: Queria deixar aqui meu agradecimento e manifestar minha alegria de poder ter participado, junto do meu amigo Alexandre Cumino, da festa de Pai Antônio, dia 17 de Junho de 2006, na Tenda dirigida por Zilméia de Moraes da Cunha e sua filha Lygia Cunha (Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e Cabana de Pai Antônio), respectivamente filha e neta de Zélio de Moraes. Sem dúvida uma experiência muito bela e marcante. Foi lá, que, observando os trabalhos, tive essas idéias que aqui escrevi. Enquanto via os pretos-velhos trabalhando, pensava o quão silencioso era aquele trabalho, como era simples e discreto. Mas sabia, por intuição, que todas aquelas palavras de sabedoria, todo aquele sentimento amoroso e pensamento virtuoso vibrado durante a sessão, não apenas abençoariam as pessoas presentes, mas também, viajariam nas ondas de compaixão dos Orixás e abençoariam a humanidade toda. A todo esse povo de Aruanda, que trabalha, trabalha e trabalha incansavelmente nos “bastidores espirituais”, o nosso respeitoso muito obrigado!

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